LeeHi narra em ONLY sobre como as mulheres amam em 1ª pessoa

Chocolatte com café
4 min readOct 11, 2021

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E não é que VEIO aí?! O full album da LeeHi chegou, com direito a colabs e 04 MVs. Com o recente trabalho, a solista mostrou o porquê está no hall das melhores jovens solistas da Coreia (na minha opinião e no amor que a Suhyun devota à amiga). O álbum traz diversos ritmos e empolga o ouvinte logo de cara. Vamos conhecer um pouco mais de OLNY da LeeHi!

O tracklist inicia-se com ‘Savior’ que é poética e envolvente na mesma medida. Com a voz da LeeHi sob efeito de uma gravação distante, a letra conta sobre os sentimentos entre duas pessoas que desejam estar uma ao lado da outra, apesar da dor que isso pode trazer. Dois aspectos a pontuar: a LeeHi fazendo rap e harmonizando com o arranjo melancólico que lembra uma música de ninar perdida na memória do eulírico da letra da canção; e o rap do Kim Han Bin, B.I., hoje solista e ex-líder do boygroup iKON, ambos ex-YGE (quantos apostos, MEU DEUS), autobiográfico o suficiente para trazer uma sub narrativa além da contada na primeira impressão da canção.

“Saying words that won’t dissolve on my tongue

Wrap them neatly and give them to each other’s worlds

Love changes and you already know it

It’s much easier to believe in eternity

What face would we be making in the world that has swept us

Past is dim and the future is foggy

Let us just get to our palace when the moon comes up”

Mantendo o clima acústico e soul, ‘Intentions’ é um blues que encontra na voz da Hayi a harmonia perfeita para ser registrada em gravação. Seguida por ‘Waterride’, numa transição suave dos ritmos, o arranjo jazz pop é maravilhoso e contamos com uma riqueza de instrumentos. Ouso dizer que nessas faixas LeeHi confirma e torna definitivo o seu nome na soul music na cena da música ‘urbana’ (usando termos do Grammy’s hahaha) coreana. Outra coisa, as letras de ambas as canções demonstram uma maturidade e empoderamento, ao se relacionar amorosamente, necessários. Totalmente fora da caixinha do excesso de romantismo que paira no kpop.

A força do refrão de ‘Waterride’ é a deixa para o som pop retrô se firmar no álbum. Inclusive, ‘Bye’ se coloca como um prelúdio para a title ‘Red Lipstick’, pois a bside se mostra como se a cantora estivesse se livrando de uma relação enfadada. Na faixa, que conta com o feat, maravilhoso, da YoonMirae, temos um arranjo super pra cima e um MV divertido e leve. O rap da Mirae dá um tom girl power sem forçar o gênero girl crush (tão forte e presente no kpop atualmente), o que é uma excelente forma de mostrar o lado badass das mulheres sem emular uma imagem ‘masculina’. A letra é direta: meninas saem para se divertir, passam seu batom vermelho e querem terminar a noite com ele borrado. A estética dos anos 90 nos captura logo no primeiro take e a participação dos boys da agência AOMG no elevador é MASTERCLASS.

Depois da explosão do pop retrô, somos levados de volta à conhecida faceta R&B da Hayi com H.S.K.T* feat Wonstein (aquele que também tem colab com o EXO D.O.). A faixa é uma delícia de ouvir. Suave e fofa (de verdade, não reflexiva como AKMU e Crush). As vozes de LeeHi e Wonstein são perfeitas juntas. Ah! O MV é uma graça e traz um tom ainda mais gracioso a faixa.

*Achei icônico, coincidência ou não, que as letras representam as iniciais de ‘head, shoulders, knees, toes’ o que nos remetem ao hit ‘eyes, nose, lips’, do Taeyeng. Ao contrário do integrante do BIGBANG, em H.S.K.T. temos a citação de partes do corpo menos romantizadas e ao mesmo tempo necessárias na construção do relacionamento: a cabeça para refletir, os ombros para apoiar, os joelhos para articular e os pés para sustentar. E assim, seguimos nessa narrativa sobre o que é amar pela perspectiva feminina e empoderada — dona de si.

Safety Zone’ e ‘What is love?’ mantém o R&B lá em cima e seguram a audição do disco, contudo por ser um full album e estarmos chegando ao final, as faixas mostram a zona de conforto da LeeHi. Ainda que sejam faixas sem surpresas, vale a audição pela qualidade vocal e o arranjo agradável.

Darling’ é uma ballad soft com uma pegada de ‘estamos chegando ao fim’. Sério! O arranjo grandioso com metais, piano e percussão bem mercados despertam o ouvinte sobre o que virá para finalizar o álbum, pois, até o momento, a faixa que dá nome ao álbum não apareceu. É justamente essa a função de ‘Darling’: ela nos arrebata ao subir o volume do álbum com classe para sermos entregues à ONLY.

Que MV lindo e tocante, né?! Fala se não foi tomado pela emoção?

Sabemos que a voz da LeeHi é emocionante até mesmo cantando parabéns pra você. ‘Only’ é uma valsa envolvente que nos leva a sonhar com uma vida leve e (e)terna enquanto durar.

AAAAAAA LeeHi, como você merece esse tratamento digno de uma artista do seu nível e talento. Os MVs, as apresentações nos music shows e a performance ao vivo com banda. Concluo essa resenha emocionada com o seu crescimento como artista e firme das suas escolhas musicais.

P.S: Ao ouvir ONLY para escrita da resenha, recordei dessa linda valsa da Sandy. Fica como recomendação:

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Written by Chocolatte com café

Por aqui pretendo escrever sobre o que leio (livros e hqs), vejo (filmes, animações e kdramas) e ouço (muita música com um gosto eclético). Eu, Irla Costa.

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