Maya Angelou levou-me a uma outra dimensão sobre ser mulher e negra #DESAFIOLEIA MULHERES
Querida leitora (o), gostaria de te avisar que isso aqui não é uma resenha. Não há como falar de algo tão intenso e nos limites de um formato textual tão rigoroso. O livro escolhido na temática “obra de não ficção” para fevereiro no #DesafioLeiaMulheres foi: Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, da autora norte-americana Maya Angelou. A obra é o primeiro volume, de um total de 07, da autobiografia de Ms. Angelou e também um dos seus trabalhos mais conhecidos.
O livro aborda a infância e adolescência da escritora nos entre os anos 1930 e 1940 na época da segregação racial norte-americana. Antes de ser a Maya, conhecemos a menina Marguerite Ann Johnson, que junto com seu irmão Bailey, é criada por sua vó — uma senhora negra dona de um mercadinho no estado do Arkansas, no sul dos Estados Unidos. Através da vida e crescimento da pequena Rite, conhecemos as suas dores e descobertas em meio as tradições religiosas, preconceito, exclusão e perseguição aos negros. Com o passar dos capítulos, vamos criando laços e intimidade com Marguerite — esta que aos poucos vai criando consciência e buscando refúgio nos livros, poesias e no irmão.
Ler o livro foi um mergulho no meu interior a partir do olhar da Marguerite/Maya. Suas dores pulsavam em minha pele. A consciência sobre o que é ser negra se formando. O olhar sobre o outro e o que nos torna tão distintos. Os interesses do mundo exterior e adulto em destruir nossos objetivos, assim querendo determinar o que podemos ser ou está delimitado a acontecer.
Há livros que são lidos, porém com “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola” o convite é para ser vivido. Durante vários momentos não sabia mais de quem era a voz: é minha ou da Marguerite/Maya? Mesmo em meio a dor, as contradições, o silêncio e abusos, as palavras de Maya inspiravam esperança.
Acredito que essa seja uma das leituras que levarei comigo pra sempre.
Daquelas que nos mudam.
Transformam.
Fazem nascer um novo pensar.
Obrigada, Maya ❤