Ser você é o seu maior presente
Quando comecei a escrever essa resenha lembrei da música "Máscara", da Pitty, que fala de forma bem direta sobre ser você mesmo, ainda que o mundo te enxergue como uma pessoa 'bizarra’.
Somente com esse verso poderia definir toda a obra "O Príncipe e a Costureira", de Jen Wang, publicado pela DARKSIDE. Contudo, nem todo o empoderamento e força de Pitty Leone são suficientes para descrever o quão incrível é a obra.
Sem medo de revelar um dos principais pontos da narrativa, a sinopse do graphic novel já entrega o plot único: um príncipe que gosta de usar vestidos que encontra na costureira Frances a parceira ideal para suas aventuras. Com leveza, sensibilidade e a profundidade necessária, Jen Wang conduz uma história que nos faz suspirar e querer transpor para a Paris, no início da era Moderna.
O príncipe Sebastián é um adolescente, filho único e herdeiro do trono belga. Frances é uma costureira e aspirante a estilista. Separados por classes sociais, o universo da moda os une de forma sem igual.
A obra ganhou o prêmio Eisner em duas categorias - melhor publicação infantojuvenil e melhor roteiro - e que, de fato, destacam a força única da obra ao abordar com sensibilidade e sem escorregar em estereótipos ou polêmicas rasas, temas como sexualidade, crossdresser e queer. De forma natural e direta, nós identificamos o debate, somos tomados a pensar e até mesmo pesquisar sobre ele.
A editora DARKSIDE acertou em cheio ao trazer a obra para o público brasileiro numa edição belíssima (como todos os títulos da editora), com brindes personalizados e um extra maravilhoso sobre os detalhes da produção do quadrinho.
Uma obra necessária e que precisa ser lida por mais pessoas.
